Sesc lança série que relata vivências negras em Ribeirão Preto e região

Projeto “Caminhos do Trem” terá 4 episódios que contam histórias de mulheres e homens negros invisibilizados pelas narrativas; haverá exibições locais e vídeos serão disponibilizados no Youtube
Tempo de leitura:7 minutos

Da redação
Fotos: Sheila Brandão / Divulgação

A história de mulheres e homens negros, invisibilizados pelas narrativas ao longo do tempo vão ganhar destaque na nova série do Turismo Social do Sesc Ribeirão Preto que apresenta, no mês de julho, o projeto “Caminhos do Trem”. A série terá quatro episódios, lançados a partir do dia 6 de julho, com exibições em diversos locais e, posteriormente, disponibilizados na plataforma do Sesc Ribeirão no Youtube. Confira a programação de exibições abaixo. 

Com quatro vídeos, as histórias contemplam as cidades de Ribeirão Preto, São Simão, Brodowski e Santa Rita do Passa Quatro, e são ambientados nas estações ferroviárias. Cumprindo o papel de informar e educar através da arte e do patrimônio histórico, construindo novas narrativas e dando visibilidade a histórias que não devem ficar escondidas, um dos principais conceitos do Turismo Social do Sesc São Paulo, propõe a educação pelo Turismo, e é através dele que histórias, recursos artísticos, personagens marcantes e discussões do cotidiano chegarão ao público. Trazendo valiosas contribuições para a atualidade, de temas que estão presentes desde o passado até os dias atuais.

“Caminhos do Trem” é um projeto audiovisual do programa de Turismo Social do Sesc Ribeirão, que faz uso do patrimônio histórico material e imaterial da nossa região e das histórias de tradição oral recolhidas pelo historiador Sérgio Luiz de Souza, no livro (Re)vivências negras – práticas culturais e territórios negros em Ribeirão Preto.

O lançamento da série conta com a participação do professor e escritor Sérgio Luiz de Souza e a mediação do turismólogo Rogério Gomes. O público poderá assistir ao primeiro episódio e bater um papo sobre essa série que se dedica a contar algumas histórias de construções antigas, adaptadas e contadas por atores locais, que dão amplitude às narrativas de grupos que foram invisibilizados ao longo da história.

A Estação Barracão, localizada em Ribeirão Preto, é o ponto de partida, e leva esse nome por conta de uma estrutura que existia no local, popularmente conhecida como Barracão. Posteriormente, o “Barracão” deu lugar ao prédio típico das estações da Cia. Mogiana de Estradas de Ferro, mas o nome permaneceu.

Situada logo após a estação central de Ribeirão Preto, que ocupava o local onde hoje se encontra a rodoviária, o “Barracão” fica entre o rio que dá nome à cidade – o Ribeirão Preto – e o antigo Núcleo Colonial Antônio Prado, dedicado aos imigrantes.

Segundo Vitor Hugo Vieira, turismólogo e programador do Sesc Ribeirão, “esse projeto visa promover a educação através do Turismo, com vídeos que têm como objetivo contar histórias de pessoas pertencentes a grupos sociais e étnicos que foram invisibilizados ao longo da nossa história. A série contribui com a construção de identidade a partir da diversidade da nossa população”.

Confira a programação: 

Episódio 1 // “Estação Barracão: Histórias que vem e que vão”

6 de julho (quarta), às 19h30
No Auditório do Sesc Ribeirão Preto. Rua Tibiriçá, 50 – Centro
Gratuito // 80 lugares. Classificação: Livre

Foto: Sheila Brandão / Divulgação

Com Sérgio Luiz de Souza e Rogério Gomes

Lançamento do primeiro episódio com a participação do Professor e escritor Sérgio Luiz de Souza autor do livro: (Re)vivências negras – práticas culturais e territórios negros em Ribeirão Preto e mediação do Turismólogo Rogério Gomes.

Exibição on-line no YouTube, às 20h: www.youtube.com/sescribeirao


Episódio 2 // “Estação Brodowski: Os que são lembrados e celebrados”

13 de julho (quarta), às 19h30
Na Praça Candido Portinari, 298 – Brodowski/SP
Gratuito // 80 lugares. Classificação: Livre

Foto: Sheila Brandão / Divulgação

Lançamento com exibição do primeiro e segundo episódios da série com intervenção artística na Praça Candido Portinari em Brodowski. 

Pelos caminhos do trem chegamos em mais uma estação. O local fortemente marcado por dois sobrenomes: Brodowski e Portinari. Não por acaso, são sobrenomes de origem europeia. Na região de Ribeirão Preto é muito raro que seja diferente e quando temos exceções, são apenas as que justificam a regra. Quais cidades em nossa região, ruas, praças, bairros em geral fazem homenagem às negras e negros brasileiros que realizaram grandes feitos? Nessas histórias é possível conhecer mais sobre esses dois sobrenomes de origem europeia, Brodowski e Portinari, e também sobre alguns que foram esquecidos.

Exibição on-line no YouTube, às 20h: www.youtube.com/sescribeirao


Episódio 3 // “Estação São Simão / Bento Quirino: Coisa de Preto, dia de branco”

20 de julho (quarta), às 19h30
No Museu Municipal da Preservação Ferroviária das Estradas de Ferro São Paulo-Minas e Mogiana – Alberto de Oliveira. Av. José Nayme, s/n, Estação Ferroviária de Bento Quirino / São Simão
Gratuito // 80 lugares. Classificação: Livre

Foto: Sheila Brandão / Divulgação

Intervenção artística e lançamento do episódio 3 no Museu Municipal da Preservação Ferroviária das Estradas de Ferro São Paulo-Minas e Mogiana – Alberto de Oliveira em São Simão

Seguindo nossa viagem pelos caminhos do trem chegamos em mais uma estação que leva o nome da cidade onde está instalada: São Simão. O prédio pertence à antiga estação São Simão da Cia. Mogiana. Pelo tamanho é possível ter uma ideia do grande movimento de trens, que levavam e traziam pessoas e mercadorias. Essa estação foi construída em 1882, portanto, 7 anos antes da Lei Áurea — que aboliu oficialmente a escravidão no país. Até esse período algumas pessoas eram também tratadas legalmente como mercadoria.

Exibição on-line no YouTube, às 20h: www.youtube.com/sescribeirao


Episódio 4 // “Estação Santa Rita do Passa Quatro: Ser. Fazer. Reconhecer”

27 de julho (quarta), às 19h30
No Museu Zequinha de Abreu
Praça Poeta Mário Mattoso, s/n – Centro – Santa Rita do Passa Quatro
Gratuito // 80 lugares. Classificação: Livre

Foto: Sheila Brandão / Divulgação

Apresentação musical com Fernanda Marx e Alexandre Perez e exibição dos vídeos na Praça do Museu Zequinha de Abreu em Santa Rita do Passa Quatro. 

A Estação de Santa Rita do Passa Quatro foi construída entre os anos 1880 e 1890. No entanto, ela estava ligada à malha ferroviária da Cia Paulista de Estradas de Ferro, e não da Cia. Mogiana. Nesse período, havia várias companhias que concorriam por um mercado muito promissor: o mercado de transporte por trilhos. Bem preservada, a estação segue os moldes do estilo inglês, onde muitos dos materiais que foram aplicados pela Cia Paulista de Estradas de Ferro (tijolos, esquadrias, ferro, adornos de acabamento) foram importados da Europa. Operava com trens até a década de 1960. Depois de desativada e abandonada por anos, passou por processo de restauro e tombamento pelo Condephaat em 1981 e hoje abriga o Museu Histórico e Pedagógico Zequinha de Abreu. Apresentação com Fernanda Marx e Alexandre Perez.

O músico, compositor e cavaquinista lançará seu novo disco ‘Fazendo Hora’. No show apresentará um repertório com composições autorais e músicas de Zequinha de Abreu, acompanhado pelos músicos Marina Pereira, no cavaquinho, Lucas Oliveira, no Violão 7 cordas, e Ricardo Perez, no pandeiro.

Exibição on-line no YouTube, às 20h: www.youtube.com/sescribeirao

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