Sesc Jazz traz artistas internacionais para Ribeirão

Evento será realizado de 15 a 19 de agosto com seis atrações musicais e uma masterclass
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Da redação
Fotos: Divulgação

O jazz envolve plateias (e as amplia) desde seu surgimento, em meados do século XIX, no Mississipi, sudeste dos Estados Unidos. Marcado pela improvisação e o swing — o ritmo, que tem suas raízes na música negra —, se expandiu e conquistou o mundo absorvendo culturas e fundindo-se com outros gêneros. Sempre prezando a liberdade artística, ele está presente na programação do Sesc São Paulo desde a década de 1980 e ganha ainda mais visibilidade no estado de São Paulo com o Sesc Jazz, que, de 14 de agosto e 2 de setembro de 2018, recebe 22 atrações musicais nacionais e internacionais, em 11 unidades. Em Ribeirão Preto, o festival acontece de 15 a 19 de agosto e apresenta ao público seis atrações nacionais e internacionais, além de uma masterclass.

A programação abarca vertentes e fusões do estilo com a música erudita, blues, funk, soul, R&B, pop, rock, hip hop, música eletrônica, samba, choro, gafieira e outras expressões regionais dos países participantes. Busca expandir esses múltiplos universos e entender como essa música, oriunda da diáspora negra, assume várias faces em cada lugar onde é interpretada.

Foto: David Sproule / Divulgação

De Cuba vem o pianista Omar Sosa, que apresenta suas referências e inspirações diversas — de clássicos afro-cubanos, passando por free jazz, música latina, tradições do norte da África a tradicionais compositores europeus. Dos Estados Unidos, outros dois veteranos: o saxofonista Henry Threadgill — que entrou para o hall de músicos de jazz a receberem o prêmio em mais de 70 anos —, juntando-se ao trompetista Wynton Marsalis (1997) e ao saxofonista Ornette Coleman (2007), e o trompetista Charles Tolliver, com seu som que revela influências de cool jazz, bop e hard bop. Conhecido por sua habilidade em improvisar, Tolliver também participa de uma masterclass dirigida a músicos com experiência.

Fechando a lista de internacionais, o pianista italiano Stefano Bollani, que volta ao país para mostrar o resultado de Que Bom, álbum de samba, bossa e jazz que combina percussão e piano. Na mesma linha da intersecção de música brasileira com acentos jazzísticos segue o coletivo Dorival, formado por Tutty Moreno, Rodolfo Stroeter, André Mehmari e Nailor “Proveta” Azevedo, em uma homenagem à obra de Dorival Caymmi, e Itiberê Zwarg & Grupo, em show de lançamento de Intuitivo (Selo Sesc).

A programação completa do Sesc Jazz acontece também nas cidades de São Paulo, Campinas, Araraquara, Jundiaí, Birigui, Piracicaba e Sorocaba e receberá artistas como Archie Sheep & Ritual Trio, com Kahil El Zabar (Estados Unidos), Buika (Espanha), Fred Frith Trio com participação de Susana Santos Silva (Estados Unidos/Portugal), Isfar Sarabski& Trio Shahriyar Imanov (Azerbaijão), James “Blood” Ulmer – Memphis Blood Blues Band (participação de Vernon Reid) (Estados Unidos), Now is Now, liderado pelo pianista Jason Lindner (Estados Unidos), Jupiter & Okwess (Congo), Melissa Aldana & Crash Trio (Chile), Guilherme Monteiro e Mike Moreno (Estados Unidos + Brasil), Renee Rosnes (Canadá), Time Is a Blind Guide (Thomas Strønen) (Noruega), Vijay Iyer Sextet (Estados Unidos) e brasileiros como Dom Salvador Sexteto, Salomão Soares Trio, Iconili e Lourenço Rebetez. Além dos shows, ótimas oportunidades para circular entre outras cidades, serão as atividades formativas com artistas e críticos musicais, nos Centros de Música do Sesc, nas unidades Consolação e Vila Mariana, e no Centro de Pesquisa e Formação.

Segundo o Diretor Regional do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda, “o Sesc Jazz conecta-se à missão do Sesc em contribuir com a formação e a expansão de plateias e o pensamento artístico e cultural de seu público, oferecendo uma programação abrangente que dialoga entre o clássico e a vanguarda, enquanto promove também a circulação de músicos nacionais e internacionais pelo interior do estado”.

O Sesc Ribeirão Preto fica na rua Tibiriçá, 50 (Centro), e os ingressos estão à venda na bilheteria da unidade e pela internet, no site da unidade. O preço varia entre R$ 9 e R$ 50, com alguns shows gratuitos. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone: (16) 3977-4477.

Confira a programação do Sesc Jazz em Ribeirão Preto:

15 de agosto (quarta-feira)

Omar Sosa Quarteto AfroCubano (Cuba)
20h30, no Teatro Municipal – R$ 12 / R$ 20 / R$ 40. Indicação: 16 anos
Foto: Yoshis Oakland / Divulgação

O pianista cubano Omar Sosa sintetiza referências afro-cubanas, free jazz, música latina, tradições do norte da África e clássicos europeus em mais de 20 álbuns. Em sua discografia, destacam-se trabalhos como Ceremony, produzido por Jacques Morelenbaum, ou Transparent Water, com o percussionista senegalês Seckou Keita. [Informações + Ingressos]

16 de agosto (quinta-feira)

Na Pickup, edição Jazz – Dudu Palandre
19h, na Convivência – Gratuito

Em 2014, o projeto Anhanguera, o duo do qual Dudu Palandre faz parte, completou 10 anos de história, se consolidando como um dos principais representantes da house music made in Brazil. Com influências que rementem à Disco Music, ao Funky e ao Techno, o som do Anhanguera já marcou presença em selos importantes como Robsoul (França), Guesthouse (EUA), OOMPH (EUA) e Tango (EUA), além de conquistar o apoio de grandes lendas da house music como Mark Farina, DJ Sneak e Derrick Carter. Ao longo desses anos, o Anhanguera realizou turnês na Europa, se apresentou no WMC em Miami e toca regularmente nos principais clubs do Brasil. [Informações]

Dorival (Brasil)
20h30, no Galpão – R$ 9 / R$ 15 / R$ 30. Indicação: 16 anos
Foto: Gal Oppido / Divulgação

O baterista Tutty Moreno, o contrabaixista Rodolfo Stroeter, o saxofonista e clarinetista Nailor “Proveta” Azevedo e o pianista André Mehmari revisitam o repertório de Dorival Caymmi, por meio de improvisos jazzísticos, interpretações livres e arranjos primorosos para clássicos do compositor baiano registrados no disco Dorival. [Informações + Ingressos]

17 de agosto (sexta-feira)

Na Pickup, edição Jazz – Simone Duboc
19h, na Convivência – Gratuito

Integrante do coletivo Tutu, grupo de DJs do interior de São Paulo, Simone Duboc foi influenciada pela música popular brasileira, o jazz e o funk, de origem americana. Com um vasto repertório, em suas discotecagens mistura épocas musicais diferentes, possibilitando que o velho e o novo, fruto de suas pesquisas, criem uma seleção harmoniosa e contemporânea. [Informações]

Stefano Bollani (Itália) + Itiberê Zwarg & Grupo (Brasil)
20h, no Galpão – R$ 12 / R$ 20 / R$ 40. Indicação: 16 anos
Foto: Roberto Cifarelli / Divulgação

O pianista italiano Stefano Bollani mostra Que Bom, álbum de samba, bossa e jazz com participações de Caetano Veloso, João Bosco e Jacques Morelenbaum. Essa é a terceira colaboração de Bollani com brasileiros, após Bollani Carioca (2008) e de um disco em parceria com o bandolinista Hamilton de Holanda, O que Será (2012).

Foto: Divulgação

O multi-instrumentista Itiberê Zwarg toca com Hermeto Pascoal desde 1977 e, em carreira solo, mantém o grupo do qual fazem parte seus filhos, o baterista e saxofonista Ajurinã e a flautista e saxofonista Mariana. No festival, lança Intuitivo (Selo Sesc), álbum em que até o cacarejar de galinhas incorpora-se à sua sonoridade. [Informações + Ingressos]

18 de agosto (sábado)

Na Pickup, edição Jazz – Robsom Selectah
19h, na Convivência – Gratuito

Selecta iniciou suas atividades em 1999, rimando no grupo de rap WRW, do Centro Cultural Orúnmila e do Coletivo Abracadabra e interessou-se pela arte do Dj em meados de 2006. Já apresentou seu set de Black Music na abertura de shows de diversos artistas tais como: Maria Rita, Seu Jorge, Racionais Mc’s, Groundation, Trio Mocotó, Rappa entre outros. Faz parte dos coletivos Família Pedra Negra, KillaRockers e Nugroove. [Informações]

Charles Tolliver (EUA) + Henry Threadgill’s Zooid (EUA)
20h, no Galpão – R$ 15 / R$ 25 / R$ 25. Indicação: 16 anos
Foto: Jimmy Katz / Divulgação

O trompetista norte-americano Charles Tolliver é conhecido por sua habilidade em improvisar, sob influência de cool jazz, bop e hard bop. Tolliver estreou na década de 1960, acompanhando o saxofonista Jackie McLean, e em carreira solo dividiu-se no comando do quinteto Music Inc e como produtor e arranjador do selo Strata-East.

Foto: Divulgação

O saxofonista americano Henry Threadgill é um dos três únicos jazzistas a ganhar o prêmio Pulitzer (2016) por explorar estilos que vão do ragtime ao free jazz, como integrante da AACM, de Chicago, ou ao lado de grupos como Air, Very Very Circus e o quinteto Zooid, com quem lançou o disco In for a Penny, In for a Pound (2015). [Informações + Ingressos]

19 de agosto (domingo)

Masterclass com Charles Tolliver (EUA)
15h, no Auditório – R$ 8 / R$ 8,50 / R$ 17. Indicação: 16 anos

20 vagas para músicos com experiência. Inscrições na Central de Atendimento do Sesc Ribeirão Preto.

Conhecido por sua habilidade em improvisar, o trompetista veterano conduz uma aula para músicos com experiência, na qual orienta os participantes a partir do repertório do Jazz Messengers, grupo de Art Blakey com quem Charles dividiu o palco na década de 1960. Depois da teoria, os inscritos tocam um set com a participação de Charles. Os participantes podem levar seus próprios instrumentos para a aula. A atividade é ministrada em língua inglesa, com tradução consecutiva para o português. [Informações]

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