Revolução Poética reúne autores da nova geração em bate-papos e atividades artísticas

Programação é uma realização da Fundação do Livro Leitura + Instituto SEB / A Fábrica, e acontecerá de 29 de abril a 3 de maio, gratuitamente
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Da redação
Fotos: Divulgação

Ryane Leão, Renan Inquérito, Triscila Oliveira e Assucena (As Baías) são alguns dos 14 nomes de autores e artistas da nova geração que estão confirmados na 2ª edição do Revolução Poética, evento que será realizado de 29 de abril a 3 de maio, para promover bate-papos, atividades artísticas e oficina, todos gratuitos, em Ribeirão Preto. A realização é da Fundação do Livro e Leitura e Instituto SEB / A Fábrica.

O evento acontece de forma híbrida. As inscrições para participar presencialmente da plateia do evento estão abertas pelo Sympla. Já a transmissão on-line será pelo site da Fundação do Livro e Leitura, e também pelo canal no YouTube da A Fábrica (Instituto SEB).

Em sua segunda edição, o Revolução Poética se une à inédita Fábrica Literária com o objetivo de reunir forças em prol da literatura brasileira e celebrar o Dia da Literatura Brasileira, comemorado em 1º de maio, com a participação do público de forma presencial e on-line.

Neste ano, o Revolução Poética homenageia seis poetas brasileiros: Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Cora Coralina, Ferreira Gullar, Manoel de Barros e Paulo Leminsky. A produção dá destaque para um poema de cada escritor, utilizando-os como base para refletir sobre os sentimentos: incompletude, ausência, completude, amplitude, intensidade e contradição — temas chaves do encontro.

Já a Fábrica Literária destaca os autores da nova geração para discutir temas como: a literatura nacional da atualidade, a sua representatividade no mercado editorial, as histórias em quadrinhos como narrativas de uma época e o livro como maneira acessível de lazer e busca de conhecimento. Serão cinco dias de programação gratuita, reunindo 14 autores de referência do universo cultural brasileiro que se revezam nas conversas literárias e debates.

Segundo a curadora do Revolução Poética, a educomunicadora Adriana Silva, o evento é uma homenagem permanente a Edgard Morin, na sua essência. “É a partir da frase deste antropólogo, sociólogo e filósofo que diz: ‘o homem necessita de poesia’, que criamos a 1ª edição do projeto e, compreendendo a dimensão da proposta, seguimos com outros formatos, para além de Morin”, explica.

Nesta segunda versão e agora em novo formato, o “Revolução Poética na Fábrica Literária”, a proposta é revolucionar a poesia na contemporaneidade: com artistas da atualidade a partir de poetas significativos da história da literatura brasileira. “A ideia é fazer uma conexão entre poetas de origem e poetas contemporâneos, buscando compreender alguns sentidos pela sua própria contrariedade, como pensar na incompletude a partir da amplitude, por exemplo”, destaca Adriana. “Ao escolher os autores, buscamos trazer as vozes transformadoras do nosso tempo. Vozes que através da arte literária trouxessem não apenas a reflexão diante das palavras, mas exigissem a multiplicidade de quem somos”, considera Danilo Barbosa, coordenador do Espaço Cultural da Fábrica e curador da edição de estreia da Fábrica Literária.

Confira a programação completa

Jeferson Tenório
29 abril (sexta), às 21h

Para abrir a Fábrica Literária, nada melhor que trazer para o evento o vencedor da edição 2021 do Jabuti, o mais emblemático prêmio da literatura brasileira. Jeferson Tenório sobre a carreira, literatura brasileira, sobre as influências na escrita e de que forma “O avesso da pele” reflete a nossa sociedade.

Jeferson Tenório (@jeferson.tenorio.9) nasceu no Rio de Janeiro, em 1977. Radicado em Porto Alegre, é doutorando em teoria literária pela PUCRS. Estreou na literatura com o romance O beijo na parede (2013), eleito o livro do ano pela Associação Gaúcha de Escritores. Teve textos adaptados para o teatro e contos traduzidos para o inglês e o espanhol. É autor também de Estela sem Deus (2018). O avesso da pele, sua obra mais recente, publicada pela Companhia das Letras, é a mais recente vencedora do Prêmio Jabuti.


Oficina “Escrita criativa”, com Matheus Arcaro
30 abril (sábado) e 1º de maio (sábado), das 9h às 12h

Júlio Cortázar, um dos mestres argentinos do conto, certa vez comparou a literatura ao boxe: “no conto, o autor vence o leitor por nocaute, enquanto no romance, vence por pontos.”. O objetivo da oficina é “treinar” o aluno para que ele “nocauteie” seu leitor. Perguntas como “O que é um conto?”, “Qual sua história?”, “Como julgar sua qualidade literária?” e “Como escrever um bom conto?” serão respondidas ao longo dos 2 encontros, levando em conta a teoria do conto, contos clássicos e contemporâneos e a prática da escrita.

Matheus Arcaro (@matheus_arcaro) é mestre em filosofia contemporânea pela UNICAMP. Pós-graduado em História da Arte. Graduado em Filosofia e em Comunicação Social. É professor, artista plástico, palestrante e escritor, autor do romance “O lado imóvel do tempo” (Patuá, 2016), dos livros de contos “Violeta velha e outras flores” (Patuá, 2014) e “Amortalha” (Patuá, 2017) e do livro de poesias “Um clitóris encostado na eternidade” (Patuá, 2019). Já ministrou diversas palestras sobre literatura pelo Brasil e oficinas de criação literária.


Lola Salgado
30 abril (sábado), às 15h

Qual é a nova cara da literatura juvenil? Em uma época onde a literatura se mescla com as plataformas digitais e redes sociais, as histórias começam a ter novos contatos e significados. Para discutir isso e apresentar seu mais recente livro, “Os oito disfarces de Otto”, convidamos a escritora Lola Salgado, um dos nomes campeões de venda na Amazon nos últimos anos.

Lola Salgado (@lolasalgado_) acredita fervorosamente que o sushi foi a melhor invenção da humanidade. Escorpiana nascida em novembro de 1993, ela gosta dos dias mais frescos, de café amargo e de histórias que mexem com seus sentimentos. Está em um relacionamento sério com os livros desde que se entende por gente e escreve porque alguém certa vez lhe disse que é assim que se faz magia. Lola publicou seus primeiros livros na plataforma Wattpad, onde ganhou o prêmio internacional Wattys com uma de suas obras. Na Amazon, seus livros ultrapassam 10 milhões de leituras.


Triscila Oliveira
30 abril (sábado), às 17h

A história em quadrinhos, no decorrer dos anos, vem se fortalecendo entre leitores de todas as idades. Desde as tiras dos jornais aos luxuosos graphic novels, a junção de ilustração e texto ultrapassa alegorias e a fantasia voltada para jovens, tornando-se forma de protesto e narrativa de uma época. Para falar sobre essa importância, convidamos a escritora Triscila Oliveira, autora do HQ “Confinada”, considerado um dos projetos de maior sucesso junto ao público na plataforma de financiamento coletivo Catarse.

Triscila Oliveira (@soulanja), natural de Niterói, 36 anos, é ciberativista feminista antirracista e estudante autodidata das pautas de gênero, raça e classe. É de sua autoria, junto com o ilustrador Leandro Assis, “Confinada”, obra considerada um marco dos quadrinhos e um retrato único da pandemia e do Brasil. Também é deles as tirinhas de sucesso no Instagram “Os santos – uma tira de ódio”.


José Falero
30 abril (sábado), às 19h

A literatura como forma de lazer e busca por conhecimento não faz parte da rotina de todos os brasileiros. Infelizmente, mediante a rotina de trabalho e vulnerabilidade, nem todos tem fácil acesso ao livro. Mas é possível mudar? Para falar um pouco sobre isso, ninguém melhor que José Falero no espaço da Fábrica Literária. O escritor foi servente de pedreiro, supridor de gôndola de supermercado e foi ler o seu primeiro livro como forma de entretenimento aos 20 anos. Hoje é referência na nova literatura brasileira, tendo a sua obra “Os supridores” entre as finalistas do prêmio Jabuti.

José Falero (@jzfalero) nasceu em 1987, em Porto Alegre. É autor dos contos de Vila Sapo (Venas Abiertas, 2019) e do romance Os supridores (Todavia, 2020), que se tornou um sucesso e referência na nova literatura brasileira. O livro foi um dos finalistas do Jabuti. Sua mais recente obra é de crônicas que dão voz ao povo e o universo que o rodeiam.


Representatividade literária: bate-papo com Stefano Volp e sessão de autógrafos
1º de maio (domingo), às 15h

Reconhecer a literatura como lugar de fala para os autores é essencial, já que eles simbolizam as vozes de seu tempo. Um livro, mais do que contar uma história, serve para desmistificar, gerar conhecimento e empatia, nos proporcionando acesso a universos e papeis até então desconhecidos. E para debater sobre isso, Stefano Volp é o escritor certo. São dele as palavras que compõem os textos de “Homens pretos (não) choram”, livro que se tornou sucesso ao falar sobre o quão são frágeis as linhas da masculinidade e raça, e agora tem uma obra inédita publicada pela TAG – o maior box clube do Brasil.

Stefano Volp (@volp___) é jornalista, roteirista, escritor e produtor editorial, criador da editora Escureceu, voltada à publicação de autores negros clássicos. Além de Homens pretos (não) choram, Volp é autor de Nunca vi a chuva e O segredo das larvas. Seu mais recente livro, O beijo do rio, foi lançado diretamente para o clube literário TAG.


Da prosa à poesia: Bate-papo com Aline Bei e sessão de autógrafos
1º de maio (domingo), às 17h

Existem limites literários para criar a própria escrita? Regras para a narrativa dos sentimentos humanos? O ser humano, através da arte, experimenta e busca por novas fórmulas e vertentes de como expressar aquilo que mora em seu interior, criando assim uma linguagem única. Um dos maiores referenciais nessa área na nova literatura é Aline Bei, que recria prosa em verso, transportando aqueles que a leem para um universo particular. Elogiada pela crítica e grandes escritores desde sua obra de estreia, “O peso do pássaro morto”, a escritora de vivências é nossa convidada da Fábrica Literária.

Aline Bei (@alinebei) nasceu em São Paulo, em 1987. É formada em letras pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e em artes cênicas pelo teatro-escola Célia Helena. Seu romance de estreia, O peso do pássaro morto (2017), foi vencedor do prêmio São Paulo de Literatura e do prêmio Toca, além de finalista do Prêmio Rio de Literatura. Pequena coreografia do adeus é seu segundo livro.


Renan Inquérito e Nina Rizzi
1º de maio (domingo), às 19h

Para abrir com chave de ouro nossa noite, trazemos Renan Inquérito (@renaninquerito) que, inspirado em sua paixão pela obra de Manoel de Barros, que tinha “mano” até no nome, o rapper e poeta convida a todes para “escutar o silêncio” e “carregar água na peneira” em um verdadeiro encontro com o grande poeta mato-grossense que “coisificava as palavras e palavreava as coisas”.

Logo após, convidamos Nina Rizzi para seguir nos revolucionando, discutindo o sentimento “Incompletude”, através da poesia lúdica de Manoel de Barros.

Nina Rizzi (@ninaarizzi) é escritora, tradutora, pesquisadora e professora. Autora de “Tambores pra n’zinga”, “A duração do deserto”, “Geografia dos ossos”, “Quando vieres ver um banzo cor de fogo” e “Sereia no copo d’água”, é uma das autoras presente em “As 29 Poetas Hoje”, organizado por Heloisa Buarque de Hollanda. Vive em Fortaleza, onde faz laboratórios de escrita criativa com mulheres e integra as coletivas Pretarau – Sarau Das Pretas e Sarau da B1.


João D Deus e Vinícius Preto e Marcelino Freire
1º de maio (domingo), às 21h

Iniciando a quarta noite de programação e homenageando o poeta Carlos Drummond de Andrade, o palco do Instituto SEB / A Fábrica recebe a intervenção artística composta por João D Deus e Vinicius Preto.

João D Deus (@joaoddeusofc) é brasiliano, malokero e cantadô. Rapper, comunicador e acima de tudo pensador, é um dos símbolos da resistência cultural no interior paulista, carregando as bandeiras do Hip-Hop e da música autoral independente sob a máxima de não usar o nome de Deus em vão.

Vinicius Preto (@viniciuspretooficial) é MC, historiador, apresentador e fundador do grupo Zamba Rap Clube, que conta com mais de dez anos de existência, dois álbuns lançados e mais de seis clipes produzidos. Na sua carreira solo lançou, entre EPs e álbuns, mais de quarenta músicas.

Na sequência, para debater sobre o sentimento “Ausência”, convidamos Marcelino Freire.

Marcelino Freire (@marcelino_freire_escritor) nasceu em Sertânia, mas vive em São Paulo há muito tempo. Escreveu, entre outros, “Angu de Sangue” e “Contos Negreiros”, com o qual foi vencedor do Prêmio Jabuti, e “Nossos Ossos”, que foi ganhador do Prêmio Machado de Assis. Além de tudo, o autor ainda é o criador e curador da Balada Literária.


Cia. Pé na Tábua e Luiza Romão
2 de maio (segunda), às 19h

“Atalhos” é fruto do processo investigativo plural da Cia. Pé na Tábua. Com provocações de Charles Raszl e trilha sonora de João Callado, o sapateado se impulsiona por meio do estudo coletivo em polirritmias e sistemas corporais sonoros.

A Cia. Pé na Tábua (@ciapenatabua) é um coletivo itinerante especializado em sapateado que existe há mais de treze anos. O grupo age em busca de difundir o tap dance como uma arte não elitista, preocupando-se com o acesso democrático aos bens culturais que produzem – espetáculos, oficinas, processos criativos, videodanças e o que mais a criatividade permitir.

Em seguida, o primeiro debate da noite será acerca do sentimento “Completude” e será comandado por Luiza Romão.

Luiza Romão (@luiza_romao) é poeta, atriz e autora dos livros “Sangria”, “Também guardamos pedras aqui” e “Coquetel Motolove”. Atualmente, desenvolve mestrado em Teoria Literária e Literatura Comparada (USP), estudando voz, poesia e slam. Além disso, é integrante da Coletiva Palabrería. Além de ser nascida e criada aqui em Ribeirão Preto.


Palmira Osunwende e Mel Duarte
2 de maio (segunda), às 21h

A intervenção artística “Na Vastidão” abrirá a segunda parte da noite e, conduzida por Palmira Osunwende, terá como foco a poesia de “Todas as Vidas”, de Cora Coralina.

Palmira Souza Osunwende (@palmira_souza) é pedagoga, produtora cultural, arte educadora e filha de Bàbá Arofalande Ifá Bunmi. Pertencente à tradição africana do culto yorubá no Ilê Asè Odè Arofalande em Bauru, São Paulo.

Para a conversa literária tendo como enfoque o sentimento “Amplitude”, convidamos Mel Duarte.

Mel Duarte (@melduartepoesia) nasceu na primavera em São Paulo. É escritora, poeta, slammer, produtora cultural e atua com literatura há mais de 16 anos. Possui cinco livros publicados de poesia e é a primeira poeta negra brasileira a lançar um disco de poesia falada, “Mormaço- Entre outras formas de calor”.


Matheus Vieira e Ryane Leão
3 de maio (terça), às 19h

Abrindo a última noite de programação cultural, Clarice Lispector e seu poema “Eu” serão homenageados pela atividade artística produzida por Matheus Vieira.

Matheus Vieira (@matheusburns) é produtor audiovisual, diretor, roteirista e fotógrafo. Além disso, trabalha como autônomo nas funções de assistente de direção, cinegrafista, diretor de fotografia e diretor de cena. Atualmente escreve e dirige filmes de ficção, documentários e publicitários na produtora Burn Audiovisual, da qual é sócio proprietário.

Logo depois, Ryane Leão é a nossa convidada para debater sobre o sentimento “Intensidade”.

Ryane Leão (@ondejazzmeucoracao) é poeta e professora cuiabana que vive em São Paulo. Tem dois livros publicados: “Tudo nela brilha e queima” e “Jamais peço desculpas por me derramar”. Ryane é do axé, filha de Oyá com Ogum e só sabe existir sendo ventania por aí.


Brilhe Circo Drag e Assucena
3 de maio (terça), às 21h

Fechando o Revolução Poética na Fábrica Literária com chave de ouro, o Brilhe Circo Drag apresentará uma intervenção artística circense, tendo como foco o poema “Incenso fosse Música”, de Paulo Leminski.

Lyra D. Lírio (@lyra.delira), vinda de um universo paralelo e mágico, atua como drag queen há mais de cinco anos, performando em lugares como Encuentro Latinoamericano de Circo LGBTIA+, Convenção Brasileira de Malabarismo e Circo e SESC-SP, e faz parte do elenco do espetáculo “Roleta Drag”. Dani Barros é artista multidisciplinar, pesquisadora, professora de circo, produtora cultural e palestrante. Performa há mais de oito anos o personagem Drag King Queer, Allan King. Juntes, produzem o Brilhe – Festival Internacional do Circo Drag (@brilhecircodrag).

Para finalizar, a condução da conversa literária acerca do sentimento “Contradição” será feita pela nossa convidada Assucena.

Assucena (@assucenaassucena) é natural de Vitória da Conquista (BA), já foi duplamente premiada no Prêmio da Música Brasileira e indicada duas vezes ao Grammy Latino, com sua primeira banda, As Baías. Cantora, compositora, intérprete e atriz, Assucena abre espaço para sua carreira solo, passeando pela mpb, o samba e o pop.

2ª edição Revolução Poética

De 29 de abril a 3 de maio, diversos horários
Evento híbrido. Transmissão on-line pelo site da Fundação do Livro e Leitura, e pelo canal no YouTube da A Fábrica (Instituto SEB):

👉 https://www.fundacaodolivroeleiturarp.com
👉 https://www.youtube.com/AFabricaInstituto

Evento presencial na A Fábrica (Instituto SEB)
📌 Rua Mariana Junqueira, 33 – Centro, Ribeirão Preto/SP
🎫 Entrada gratuita, com reserva de ingressos pelo Sympla
♿ Acessível para pessoas com deficiência física (PcD)

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